sábado, 26 de dezembro de 2020

O AVIADOR

* Marcos Júnior - Personagem principal * Adélia - mãe de Marcos * Cidade de Alfenas – MG * Ano 1980 * Aristides – colega de Marcos Jr. * Ludmila – esposa de Aristides * Rute – esposa de Marcos * Aninha – filha de Marcos
Deomídio Macêdo - No dia 15 de novembro de 1980, sábado, uma forte chuva debruçava sobre a cidade de Alfenas – MG, enquanto isso, o menino Marcos Júnior, de dez anos, recortava de uma revista, várias figuras de aviões, que são extraídas delicadamente do papel, como se elas decolassem na imaginação do piloto infantil, e assim, mais um quadro se completava no acervo criado pelo pequeno pesquisador. A chuva cessou, e alguns lampejos de raios solares, começavam a aparecer timidamente, entre as nuvens que ainda pairavam sobre a cidade. O vento invadiu a casa e num movimento leve, rolava a bola com marcas de pés enlameados, para perto de alguns brinquedos sujos de barro. Aquelas marcas denunciavam que Juninho brincou com eles no momento do temporal. O bafejo da brisa anunciava a aragem e nessa condição climática, Adélia aproveitava para lavar as roupas dos seus fregueses no tanque rodeado por plantas frutíferas, que ofereciam sombras para amenizar o calor em dia de sol. Apesar do trabalho árduo, que era a única renda familiar, lá estava a dona de casa, esfregando as roupas, com suas mãos ensaboadas. Por um instante, ela levanta o olhar e observa seu filho deitado no chão do alpendre, quase a dialogar com uma nuvem brincalhona, que ao respingar no seu rosto, lhe traz uma ideia genial. Juninho num salto de alegria correu para o interior da residência, retira uma folha de um caderno usado, que estava sobre a mesa, e ali mesmo arquiteta com todos os detalhes, e conhecimento de causa, um aviãozinho que ao ser lançado no espaço da residência, voou espetacularmente pelos cômodos, arrancando um sorriso do rosto do garoto que sonhava ser um aviador. Conto 20 linhas)
- Alberto Vasconcelos - 15 de novembro de 1990. Sete horas da manhã. Pelotão de aviadores em formatura no pátio da Base Aérea de Anápolis. Diante do major Brigadeiro do Ar, a turma 14 Bis, desfilava para integrar oficialmente o grupamento de aviadores de caça da Força Aérea Brasileira, pois chegara ao fim os preparativos, as infindáveis aulas de mecânica, de voo, de artilharia, de meteorologia... Momentos antes, diante da corporação, a mãe emocionada e com mãos trêmulas, afivelou as asas no peito esquerdo do seu filho, o Aspirante Marcos Jr. Era o início da realização do sonho alimentado desde a mais tenra infância de se lançar no vazio do espaço e com velocidade bem maior que a do som, esquadrinhar os céus em defesa da pátria. Voo de rotina, simulação de abordagem, exercício de tiro passaram a fazer parte do dia a dia até que numa noite soou o sinal de emergência dentro do alojamento. Em poucos minutos o Ten. Marcos Jr. estava afivelado ao coque pit do seu Gripen com os motores ligados aguardando a ordem para decolar. Algo muito estranho estava se deslocando em altíssima velocidade e em baixa altitude. Pelos informes, aquele objeto não correspondia a nenhum outro já descrito. A voz seca do controlador de voo soou forte em seus ouvidos – VAI. Liberados dos freios, o avião se lançou no vazio da noite escura. Coordenadas ajustadas, o painel de controle com as luzes intermitentes passava os informes necessários para um perfeito controle da aeronave. De repente, tudo cessou. O painel ficou às escuras. Sem bússola. Sem horizonte. Sem altímetro. Do rádio apenas os estalidos da estática e o zumbido do motor indicando a perda de empuxo. Ao longe, apenas um ponto azul em movimento pendular... (20 linhas)
- José Bueno Lima - Voltemos ao passado. O menino Marcos Jr. durante toda a sua meninice manteve o sonho de se tornar aviador, como já visto. Cursou o primário, o ginasial e depois prestou ingresso na Base Aérea de Anápolis. Sua passagem como acadêmico naquela instituição militar foi brilhante. Sempre o melhor aluno. Isso motivou-o a ter amigos admiradores entre seus colegas, como também, alguns invejosos. Na vida social de Anápolis, a cidade mantinha suas tradicionais festas, de debutantes, aniversários de 15 anos das garotas da sociedade, e outras que o clube da elite anapolense promovia. E sempre haviam os convites para os cadetes dar maior brilhantismo aos eventos, devido aos uniformes, assaz bonitos. Marcos Jr. sempre era requisitado para ser par, seja de uma debutante ou de uma aniversariante. Aristides, um de seus colegas, era daqueles invejosos, porque Marcos Jr. se sobressaia, dado ser bem-apanhado fisicamente, além de tudo. Essa inveja, o levou a ser inimigo figadal do colega. Sempre que podia, aprontava alguma safadeza para Marcos. Estamos agora nos dias atuais. Naquela noite, em que houve o chamado urgente para a missão de averiguar a existência de um objeto não identificado, Aristides tentou, de modo sorrateiro, através de manipulação indevida de fios de controle da aeronave, provocar um acidente, vitimando o colega. Marcos Jr. viu-se em situação de extremo perigo, mas não perdeu a calma. Aprendera, durante o curso, e nos voos treinos, após a formatura, como sair dessas situações. Em poucos segundos conseguiu repor as ligações em seus devidos lugares, dando continuidade normal ao voo. Mesmo porque, se não desse certo sua habilidade, optaria pelo arremesso automático para fora da aeronave. (21 linhas)
- Cléa Magnani - Apesar do despeito, Aristides nunca deixou transparecer quanto o sucesso de Marcos o incomodava. Até o havia convidado como padrinho em seu casamento com Ludmila, ex-colega de Engenharia de Voo no I.T.A. apenas para ver a reação de Marcos, ao testemunhar sua união com a jovem pela qual o amigo parecia se interessar na Faculdade. Mas quando Ludmila engravidou, nos primeiros anos de casados, Aristides recebeu dois duros golpes: sua amada apresentou um grave problema cardíaco e perdeu o bebê com poucos meses de gestação. Os Médicos disseram que ela necessitaria fazer um rigoroso tratamento, e também jamais poderia ser mãe. Aquelas duas “derrotas” aumentavam os sentimentos negativos dele contra o amigo. E agora, que Marcos também já havia se casado e teve sua primeira filha, a inveja de Aristides chegou ao auge. Desejando a morte daquele que o considerava como seu melhor amigo, cego pela inveja, planejou o defeito, que foi habilmente reparado por Marcos, e que o deixou temporariamente distraído da misteriosa Luz Azul. Voltando a atenção para o radar que nada registrava, Marcos olhou pela janela da cabine de comando, e lá estava ela, ou melhor estavam elas!! Sim! Um grupo de luzes azuladas, diáfanas, que pareciam flutuar em torno do avião. Piloto experiente, jamais havia passado por uma situação semelhante... ele voltava a consultar o radar, e nada aparecia! Mas elas estavam ali circundando a aeronave, como se ela estivesse parada no ar... Marcos conferiu a velocidade: mais de mil km/hora! Tentava fotografá-las, mas nada era registrado na câmera... Foi aí que o mais improvável aconteceu... (20 linhas)
Deomídio Macêdo - Adélia adentrou a catedral que costumava orar em Alfenas – MG. Fez o sinal da cruz, se ajoelhou com sua fé imensurável, e ali agradecia a Deus pelos nove meses de gravidez. Ao se levantar sentiu que o líquido amniótico descia entre as suas pernas e as primeiras contrações surgiam levemente. Pediu socorro, e o pároco, que a conhecia, correu em sua direção e a levou para o hospital. Naquela manhã, década de 70 nascia para a vida: Marcos Júnior. Vinte e um anos depois, certa noite, em uma missão, o Ten. Marcos Jr. passou por duas experiências inusitadas: A pane no seu caça Gripen, e logo após, um objeto voador, não identificado, em forma de disco, envolto em luzes o hipnotizara e o improvável aconteceu. Em segundos, adormecia, e na sua tela mental, surgia uma das cenas em que a sua mãe, no evangelho do lar falava amorosamente: Filho perdoe sempre. Ao sair do transe, as luzes tinham desaparecido. Dias depois, o Ten. Marcos descobriu que foi o colega Aristides que fez a sabotagem. No dia 25 de dezembro, Marcos comemorava o Natal com sua esposa Rute e com a sua filhinha Aninha, no clube de campo dos militares. Os jovens exibiam suas habilidades pulando do trampolim. Aristides por maldade, ao passar por Marcos, sorriu para ele sarcasticamente, abraçando fortemente sua esposa Ludmila. Sobe no trampolim e se joga espetacularmente na piscina olímpica. Achando estranho que o rapaz não retornava à borda, sem pensar duas vezes, Marcos entra na água e resgata o colega desmaiado. No hospital, Aristides solicitou a presença do seu salvador e abraçando-o em prantos lhe dizia: Marcos me perdoe. O menino, que dialogava com as nuvens brincalhonas nos céus de Alfenas - MG, entende a mensagem do disco voador e responde: Aristides, você está perdoado. (21 linhas)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

INSTALAÇÃO DA CONFRARIA DOS ARTÍSTAS E POETA PELA PAZ - CAPPAZ EM SALVADOR BA.

CAFÉ COM POESIA E UMA REFEIÇÃO COM GOSTO DE PAZ!

(POR: PINHO SANASC)

A Confraria de Artistas e poetas pela paz (CAPPAZ) mais uma vez encantou os artistas e poetas baianos ao promover um café literário que congregou artistas e poetas baianos, juntamente a anfitriã e presidente da CAPPAZ, Joyce Lima Krischke que é Porto Alegrense. O café foi gentilmente ofertado pela CAPPAZ na pessoa de sua presidente, e o evento realizado no hotel Bahia Sol no bairro da Vitória.

O delicioso recital foi conduzido pelo ator e poeta guanambiense Deomídio Macedo, presidente da seccional CAPPAZ na Bahia e que esteve gravando o áudio de todo o recital para ser exibido no programa “Canta Rouxinol Canta, apresentado por ele próprio na Web Radio Sol, dirigida pelo poeta e locutor Flávio Martinez.
O banquete cultural contou com a presença de diversos artistas, poetas e confrades, dentre os quais estavam Leandro de Assis, Pinho Sannasc, Iraildo Dantas, Jorge Carrano, Ewerton Matos, Sandra Stábile, Lucymar Soares, Vera Passos, Malu Ferreira, Tatiana Cardim, Majú Guerra, Dinalva Macêdo e Marlene Filho.
A Diretora de Projetos Sociais e Eventos, a confreira CAPPAZ Eliene Dantas de Miranda também esteve presente e agregou bastante ao evento. Ela que é baiana, mas reside em São Paulo, fez questão de deixar claro o seu enorme carinho pela terra natal.
O Ator, Artista plástico e Locutor da “Radio Globo 90,1” e “CBN Salvador” Eweton Matos também marcou presença e mais uma vez emprestou a sua belíssima voz aos textos de alguns poetas que solicitaram a sua majestosa intervenção. Ewerton que esteve a vontade entre os poetas parecia se contagiando e inclusive cogitou a possibilidade de se tornar um poeta.
As mulheres que estavam em maioria, indiscutível mente deram um show poético e de forma maviosa, declamaram textos autorais e mostraram a força do ser mulher.
Os homens também recitaram e mostraram que mesmo em minoria a poesia não tem sexo ou qualquer outro tipo de distinção e para tanto os rapazes declamaram e em alguns momentos dedicaram os poemas a algumas musas ali presentes.
As fotografias deram um toque a mais no evento e certamente ajudaram a descontrair ainda mais o ambiente. Ficaram registrados em cada câmera, cada mente e cada coração momentos por certo inesquecíveis.

Ao final do recital poético Deomídio Macedo e Eliene Dantas expressaram os seus sentimentos enquanto baianos e CAPPAZES. Eles extenderam o convite a todos que queiram se unirem a CAPPAZ na disseminação do ideal de amor e paz, deixando assim a cargo da presidente Nacional as considerações finais.
Joyce Krischke em sua fala de encerramento, descreveu a sua alegria e gratidão para com a Bahia e para com os confrades e confreiras ali presentes, sentimento que se entende a todos os artistas e poetas que semeiam a paz através dos seus trabalhos e reiterou o convite aos que queiram se tornar verdadeiramente um CAPPAZ. Após o convite feito, a imediata resposta veio em forma de sonoras palmas e com um gesto espontâneo no qual os presentes ergueram a bandeira da confraria, como quem grita em alto e bom som... “Sim, Sou CAPPAZ”.